← Postagem anterior
|
Próxima postagem →
Conto quinzenal pra oficina do E.L.F.A.!
Limite de 500 palavras, tema estrelas.
Claro que ambientei em Aera xD
PROMESSA
Conto quinzenal pra oficina do E.L.F.A.!
Limite de 500 palavras, tema estrelas.
Claro que ambientei em Aera xD
______________________________________________________________________
(do universo de Aera, o mundo dos Deuses Ventos)
(histórias de Ka'aretama, as selvas do Sul)
(histórias de Ka'aretama, as selvas do Sul)
Ele sempre amou a chuva, e os cabelos dela tinham cheiro de terra úmida.
Olhavam o céu noturno, abraçados.
– A estação seca chega ao fim, veja – sussurrou ela – Güyrá-Nhandu se põe esta noite.
Jukugüassu olhou para a constelação da Ema do Inverno, triste.
– Nos conhecemos na última noite das chuvas – disse ele – e então você disse que partiria quando o verão voltasse. Por quê?
Uma abelha eïrapu'a, vinda da floresta, zumbiu e pousou na mão dela.
– Só posso vir aqui durante o tempo de Güyrá-Nhandu, é a lei de minha gente.
– É uma lei estranha – respondeu ele – Eu... vou te ver de novo?
Ela afagou sua mão, e uma segunda abelha zumbiu no escuro.
– Você não pode vir comigo – disse ela – Mas, se ainda quiser, podemos nos encontrar daqui a seis meses.
– Por quê? – ele se sentou – Ficamos juntos apenas uma estação, porque ir embora tão cedo, e porque tanto tempo para voltar?
– Pelo mesmo motivo que não te disse meu nome quando nos conhecemos – disse ela, triste – Leis, que não posso quebrar.
Ele se calou.
– Por favor, me diga – sussurrou ela – Güyrá-Nhandu se põe, logo terei de ir. Você... estará aqui quando eu voltar?
– Ainda não compreendo... – disse ele, mas sorriu para ela – Mas eu nunca me senti tão feliz! Queria passar mais tempo contigo, ter mais noites como essa! Se é impossível agora... Quando a estação seca voltar, estarei aqui.
O sorriso dela foi tão lindo quanto o brilho da lua nas gotas de chuva, e ela o puxou para um beijo demorado.
O zumbido de abelhas aumentou ao redor deles, e então, um enxame surgiu das sombras próximas.
– Partirei agora – disse ela, erguendo-se – Meu tempo se inicia.
E, ao comando dela, as eïrapu'a se aproximaram e a envolveram. Ele a encarou, maravilhado.
– Como você...? – disse.
– Há seis meses você perguntou meu nome, quando as abelhas se foram – disse ela – Agora as eïrapu'a voltaram com sua resposta. Jukugüassu, as abelhas trazem a chuva que você sempre amou... Você sempre me amou, e eu o amei desde a primeira vez que te vi do céu.
– Você é...! – e ele arregalou os olhos.
Mas as eïrapu'a cresceram ao redor dela, como uma nuvem, cobrindo-a completamente.
– Eu sou Seixu – soou a voz dela de dentro do enxame – a Constelação da Colmeia, Senhora da Estação das Chuvas. Minha meia-irmã, Güyrá-Nhandu, se põe no oeste, e quando ela renascer, honrarei nossa promessa!
Ele tentou se aproximar, mas ela se desfez em milhares de abelhas, num redemoinho que cresceu e subiu aos céus, até os limites do leste.
E então surgiu no horizonte a constelação de Seixu, o Enxame de Estrelas, e sob ela as nuvens escuras cresceram, celebrando a chegada de sua mãe.
O som da chuva ecoou na selva, encharcando Jukugüassu, que sorria, em êxtase.
Ele sempre amou a chuva. E não via a hora de tê-la em seus braços de novo.
______________________________________________________
Arte do conto: night-sky-181148, retirada de Pictures 4ever.
Website: http://pictures.4ever.eu
Nenhum comentário:
Postar um comentário