domingo, 15 de novembro de 2009

[Resenha] O Mistério da Estrela - Stardust

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Foi o nome Neil Gaiman (o célebre autor de Sandman) que me atraiu para comprar esse livro. Como sempre, Gaiman permeia sua história com o dueto fantasia e realidade, aqui representado como uma vila no nosso mundo, Muralha, que é o limite para o mundo mágico.

Muralha é uma pequena vila no interior da Inglaterra, de habitantes taciturnos e simples. Uma barreira de pedra (a que deu o nome ao lugarejo) separa esse do outro mundo, possuindo apenas uma passagem: uma pequena abertura constantemente guardada pelos habitantes. A vida é comum e pacata, mas de nove em nove anos ocorre a Feira, e somente nessa ocasião é permitido atravessar para o outro lado. Na feira se pode encontrar pessoas de todo o nosso mundo e do mundo de lá, onde se vê e se compra todo tipo de coisas, assombrosas e mágicas.

Bem, a história é sobre a viagem de Tristran, habitante de Muralha, ao mundo mágico. Um garoto apaixonado, que promete tudo e mais um pouco pra se casar com Victoria Forester, a garota mais bela da vila. Até aí nada muito original. Mas o que Tristran diz em seguida é que foge do comum. Ele promete trazer-lhe uma estrela cadente, que ambos viram cair no mundo encantado. Para isso, Tristan atravessa a passagem da Muralha e se lança na aventura da busca.

Mas há conflito, outras pessoas estão atrás da estrela: Três herdeiros que devem encontrá-la para merecer a herança de seu reino, e uma bruxa, uma das três Rainhas das Bruxas, que busca juventude.

O livro não é infantil, a trama traz cenas violentas e certa vez picantes, mas sempre bem dosadas. Poderia ser uma história real, com todos os perigos e erros que acontecem na vida real. Gaiman criou um cenário rico e interessante, bastante convincente, agradável. E o desenrolar da história começa muito bem.

MAS, ele começa bem. Da metade em diante, o ritmo acelera sem motivo, como se o autor tivesse pressa em terminar. Ainda, fatos mal explicados como a Irmandade do Castelo e a ajuda de uma árvore (sem motivo condizente com a história) são realmente difíceis de engolir, deus ex machina forçados. Também, a identidade da mãe de Tristran poderia ter sido melhor explorada se Gaiman tivesse falado mais dela. Foi uma personagem citada uma única vez no meio do livro para ser utilizada somente no final. A jogada foi boa, mas quem deixou passar aquela única citação há de torcer o nariz.

Concluindo, o livro é bom, mas poderia ter sido muito melhor.

6 comentários:

  1. Eu não li ainda o livro, mas assisti ao filme.
    Considerei o filme bom, uma fantasia sem maiores pretensões.

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  2. Fernando,
    Ainda não assisti ao filme, mas me falaram bem dele. Disseram ser uma das poucas ocasiões em que o filme fica melhor que o livro no qual foi baseado ;)

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  3. Daniel, gostei do seu blog e me encantei com sua habilidade em redigir! Fazia tempo que não lia algo que você escrevia. A última tinha sido uma de suas histórias que você fazia para aqueles concursos da Alternativa.. um baita tempo eu diria!

    Mas se me permite, o fundo preto do blog dificulta muito a leitura, a deixa mais cansativa. Se tivesse como mudar esse layout para um mais claro acredito que iria ajudar muito.

    Abraços
    Henrique

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  4. Já tinha lido a resenha, mas acabei esquecendo de comentar... Achei muito boa, e deu muita vontade de ler. Devo ser flagelado por nunca ter lido Gaiman! Hehehe...
    Abraço!

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  5. Henrique,
    Muito obrigado! Não sabia que você tinha um blogue. Abraços!

    Matheus,
    Vlw pelo comentário, ainda acho que faltou alguma coisa na resenha, mas enfim, foi a primeira. Abraços!

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  6. Eu li esse livro ainda em inglês (tenho uma edição americana no formato pocket) e adorei. Em seguida vi o filme e também curti bastante. Gosto de tudo o que o Gaiman escreve, sou suspeito pra falar.

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